INDIVIDUALIDADE HIGH-TECH

Vi há pouco uma entrevista com o ator Rodrigo Santoro. Surpreendeu sua simplicidade e suas idéias. Mesmo sendo um ator famosíssimo no Brasil e também conhecido no exterior pelas novelas brasileiras e participações em filmes como As Panteras e CHE, parece ser uma pessoa que dá valor as coisas simples da vida. 

Quando o entrevistador perguntou sobre o que ele fazia quando ninguém o via, o que ele era quando ele estava sossegado ou na fazenda, por exemplo. Sendo um cara que veio do interior, Rodrigo disse que gosta da natureza, estar debaixo de uma árvore e estar perto de um fogão à lenha.

Falou sobre essas gerações vidrada em botões, de videogames, computadores, celulares. Santoro citou que certa vez foi a uma fazenda e conversaram sobre lendas e histórias antigas, e como isso hoje vem se perdendo. Essa sociabilização cibernética, essa avalanche de “contatos on-line” que faz com que o individualismo cresça e as pessoas estejam cada vez mais longe uma das outras. Tudo parece está mais fácil. Mas cada vez mais as pessoas estão cada um na sua. Como diz a Bíblia, amantes de si mesmos. Parece que, quanto mais tecnologia temos, mais acessíveis ficam as coisas, mais distantes ficamos uns dos outros. Lembro que muito eu brinquei de futebol, de jogar pião, tazzo, bolinha de gude, taco, pé na lata, esconde-esconde, pega-pega,... Enfim.. 

Chegávamos sujos e suados de tanto brincar, mas como era bom! Hoje em dia as crianças brincam no PC ou então no videogame, tem seus Ipods e celulares. Já se acham gente grande e dificilmente brincam na rua. Percebo que apenas crianças de classes menos favorecidas ainda brincam na rua. Percebe-se ainda que as crianças mais saudáveis e dispostas são aquelas que brincam ao ar livre, soltando toda sua energia. Você deve ser perguntar se sou um amante dos Anos 60!! Nada disso! Também gosto de tecnologia e acredito que ela deve servir para nos auxiliar no dia-a-dia. Mas o que quero dizer é o seguinte: todos devem curtir, aproveitar cada fase de suas vidas. Sem pular etapas, sem apressar nada. Vive-la normalmente. 

Para reforçar esse meu argumento, esses dias na igreja que sou membro, vi duas meninas, acredito que tinham uns 10,11 anos de idade. Elas se vestiam exatamente como gente grande! De salto alto, bolsa, andando toda ereta parecendo duas moças de 20 anos! Fiquei olhando aquilo e comentei com uma amiga minha: Olha só, não estão aproveitando quase nada da sua infância. Depois vão crescer, vão ter que arrumar emprego, estudar, ter responsabilidades e vão dizer: nunca aproveitei minha infância. Graças a Deus, eu aproveitei muito bem a minha infância. Até hoje lá em casa tenho meus gibis do Dudão, meus carrinhos, meus jogos de botões, meus bonecos de guerra, alguns tazzos e algumas bolinhas de gude!! 

Não vamos apressar nossa vida principalmente se for apenas para agradar os outros. Por isso digo que a Bíblia é demais. 
E naquela época, o maior filósofo de todos os tempos já dizia em seu livro: 

“Tudo neste mundo tem seu tempo: cada coisa tem a sua ocasião.” Ec 3.1 


Grande abraço, em Cristo!