13 de maio de 2010


Muitos leitores me perguntam se o cristão pode jogar futebol, assistir a jogos, usar a camisa do time de coração, etc. Além disso, querem saber se o uso de adornos, como joias, brinco, pulseiras, piercing, etc., são prejudiciais à vida cristã.

Questões consuetudinárias, ligadas a usos, costumes e práticas, são muito complexas e geram longas discussões. Mas não podemos ignorá-las nem chamar de legalistas os líderes e pregadores que se preocupam com elas. Afinal, a Bíblia trata do assunto, em várias passagens (1 Co 15.33; 2 Ts 2.15; 3.6, etc.).



Quem pensa que Deus não se importa com usos e costumes deveria ler Isaías 3.16-26, texto que começa assim: “Diz ainda mais o Senhor”. Note: quem diz é o Senhor! Além disso, é preciso considerar o fato de que somos, em tudo, ornamento da doutrina de Deus (Tt 2.10). Ou seja, o porte cristão é uma forma de expressão do caráter cristão, através do testemunho, do comportamento, da compostura e da postura, o que pode confirmar ou comprometer a sã doutrina, a ética cristã e a moral evangélica.



Eu reconheço que há abusos no campo consuetudinário. Mas ignorar os bons usos e costumes — que decorrem da observância da sã doutrina — por causa de exemplos extremados também é ser extremista. Afinal, o Senhor Jesus nos salvou para as boas obras, nas quais devemos andar (Ef 2.8-10). E a salvação plena implica ser diferente do mundo, por dentro e por fora. A santificação é um processo que começa no espírito, mas atinge a alma e o corpo (1 Ts 5.23).



FUTEBOL




É pecado jogar futebol, assistir a jogos e torcer por um clube? A Palavra de Deus diz alguma coisa a respeito disso, especificamente? Não. Eventualmente, se nos é lícito o divertimento — e é claro que é —, podemos, em férias ou em alguns momentos de lazer, jogar futebol com a família e os amigos. Podemos, ainda, eventualmente, assistir a uma programação futebolística na TV.

Onde reside o problema? Em 1 Coríntios 6.12, está escrito que há coisas lícitas — que não são, em si mesmas, pecaminosas — que podem se tornar dominadoras e inconvenientes. É o caso do futebol. Se torcermos por um time, a ponto de ficarmos tristes, angustiados, quando ele perde, e alegres, eufóricos, quando ganha, estamos nos deixando dominar. Não podemos nos esquecer de que a Palavra de Deus nos manda deixar o pecado, mas também o embaraço (Hb 12.1).




É pecado usar a camiseta de um time de futebol? A rigor, não. Mas não podemos nos esquecer, também, de que a Palavra de Deus nos manda deixar o pecado e o que parece pecado (1 Ts 5.22). Outro fator a ser considerado, em nossos dias, é a segurança. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, usar a camiseta de um time é perigoso, podendo provocar a ira de torcedores adversários.

Crentes podem se reunir para assistir a uma partida de futebol? Bem, se quisermos fazer isso, em nossa casa, é lícito. Mas a pergunta é: Convém? O tempo dedicado à partida de futebol não fará falta depois? Lembremo-nos de que o tempo não volta. Por isso, a Palavra de Deus assevera: “vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus” (Ef 5.15,16).



A questão não é a pecaminosidade dos atos de jogar futebol ou de assistir a um jogo, em si. Na verdade, o cristão deve ter maturidade, equilíbrio, a fim de saber o que é prioritário. O entretenimento não é vedado a nós. Mas não deve ocupar o primeiro lugar em nossa vida nem atrapalhar o que é realmente prioritário, como a nossa comunhão com Deus, o bom relacionamento familiar e o ministério que nos foi confiado pelo Senhor.




Texto do pastor Ciro Sanches Zibordi
Escritor, articulista, autor dos livros " Evangelhos que Paulo jamais pregaria", " Erros que os pregadores devem evitar", denter outros.

Extraído de seu blog: http://cirozibordi.blogspot.com/


Abraço!

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