Estava ouvindo a música adolescente de Felipe Dylon "Musa do Verão" que fez sucesso lá pelos distantes idos 2003/04.
Felipe era moleque e cantava amores "eternos" de verão que todos já tivemos, e cá pra nós, era muito emocionante.
Cartas românticas que o enredo causaria inveja aos melhores roteiristas do mundo. Promessas de deixar tudo pela pessoa, esperar anos e amar para sempre. Hoje damos risadas, mas na época éramos sinceros e acreditávamos totalmente naquilo.
Infelizmente muita coisa mudou. As distância estão mais curtas, os relacionamentos "menos" complicados (levando em conta a facilidade de comunicação) e muita coisa perdeu o sal.
Antes a menina desejada era a musa do verão. Hoje é a Julieta cretina ou alguma coisa referente a fruta e ao tamanho de suas nádegas.
Antes o bilhete era um rascunho, uma cópia, uma recopia ( se é que existe essa palavra!) uma canetinha pedida emprestada e uma folha de caderno de alguém mais velho que sempre dava uma dica do que sim e o que não escrever.
Hoje, pessoas se conhecem online. Não há mais a emoção de entregar um bilhete ligeiramente suado e cuidadosamente dobrado como se fosse um mapa do tesouro.
E a respiração suspensa para ver um sorriso de quem lesse o bilhete?
Não sou saudosista. Sei que você pode dizer: Ah Isaque, o fulano e a fulana se conheceram pela rede, casaram, tiveram filhos e bla bla bla. Ok, que bom que deu certo, sucesso a eles. Isso sou eu.
Sou um amante de detalhes. De momentos especiais.
Meu pai! E as músicas?
Era assim:
1- Descobria-se as preferidas da pessoa;
2- Comprar uma fita virgem;
3- colocava no aparelho 3x1
(Toca-discos, rádio e fita. Os mais top's vinham com entrada para CD. Três Cd's. Isso era ostentação na minha época. )
4- fita em prontidão no toca-fitas;
5- ligar para rádio pedindo a música dela/dele;
6- ficar com os dois dedos a postos no play e no Record, pois só assim iria gravar;
7- Esperar pacientemente a rádio tocar as músicas dela/dele durante dias para gravar todas;
8 - Criar uma capa super criativa e fofa já dando indicação do sentimento para a pessoa;
9 - Entregar o tesouro em mãos;
Sim, acho que nasci em época errada. Ou talvez ou mundo esteja meio chato e podre demais.
Foi-se a musa. Ficou a cretina. Encurtou-se distâncias, tudo ficou mais facil. Mas cada vez mais as pessoas estão mais distantes, frias e sem criatividade.
O friio na barriga é quando uma pessoa te chama no whats.
Como assim??? E o toque? E o olho? E o suspiro? Ficou numa época em que as pessoas não ficavam transtornadas numa simples visualização sem resposta numa rede social.
Você adoles! Gurizada nova. Seja diferente! Não vá nessa onda de divulgação própria nas redes. Posta foto de bico mas chega na frente da pessoa parace uma barata tonta.
Humanidade. Ser humano. Ser e ter sentimentos é estar em contato. Contato com outras pessoas. Estar junto.
Como disse o filósofo que esqueci o nome: o ser humano é um ser social ou animal político. Sem essa sociedade, já era.
Meros animais no seu próprio mundinho.
Abraço turma!
Nenhum comentário:
Postar um comentário