Série heróis Modernos - Yun, o Homem do Céu

O primeiro pensamento que tive após ler o livro do irmão Yun foi: eu não sou crente.

Você pode achar exagerada essa afirmação. Até porque não há como comparar China e Brasil, o estilo de vida deles e o nosso, mas eu não consegui pensar em nada mais além disso, depois de ler e ficar estarrecido com o que se passa com os verdadeiros cristãos chineses, sua fé, sua luta e sua vida.

Liu Zhenying mais conhecido por Yun, nasceu em 1958, ano bissexto do calendário chinês. Em uma pequena vila rural na comarca de Nanyang no sul da Província de Henan, na China.

Yun conheceu o Evangelho e depois disso criou uma paixão gigantesca por Deus e uma sede insaciável pelo Evangelho, por Jesus e uma vontade de compartilhar essa boa nova que ele havia descoberto.

Primeiro, ele literalmente ganhou uma Bíblia de Deus. Não havia muitas Bíblias naquela época.

Um relato do livro:

“Naquela época, havia pouquíssimas Bíblias na China. Ninguém tinha permissão para ler outro livro além do pequeno livro vermelho de Mao.

Se alguém o pegasse com uma Bíblia, ela seria queimada e ele e sua família, espancados com crueldade no meio da vila. ”(o homem do céu, pg. 26, edit. Betânia)

Dá pra sacar como era a tensão naquela época. Yun orou compulsivamente até que Deus tocou no coração de um idoso que tinha uma Bíblia enterrada e veio entregar a Yun, a partir daí ele começou a devorar o texto sagrado, fazendo com que Yun lesse a Bíblia inteira e logo depois passou a decorar um capítulo por dia. Depois de 28 dias ele já sabia o livro de Mateus de cor. Leu rapidamente os outros três Evangelhos antes de passar para o livro de Atos e começar a decorá-lo.

Com isso o ministério de Yun foi apenas uma conseqüência de seu amor por Deus, sua busca incansável e seu desejo de levar a Palavra para outros chineses que não conheciam a Cristo.

Ele pregava cada vez mais, e a perseguição também começou. Veja como foi o dia de seu casamento:

“Fomos ao cartório de registro civil. Respondemos a algumas perguntas e preenchemos os formulários com nossos nomes. Ao terminamos, o funcionário pediu a Deling (sua quase esposa) para sair e me esperar do lado de fora. Depois mandou que eu fosse para outra sala. Ele havia notado que meu nome constava da relação de Procurados do Departamento de Segurança Pública. Logo, vários policiais chegaram e me levaram preso. Foi assim que começou nossa vida conjugal. E, apesar de tudo, Deling nunca me abandonou nem lamentou a existência para a qual Deus a chamou. Decidiu percorrer o caminho da Cruz. (pg. 42)

Essa foi umas das primeiras das inúmeras prisões que este corajoso irmão teve. Mas ao mesmo tempo em que as perseguições aconteciam mais vidas se convertiam e mais o Evangelho de Cristo era propagado na China. Pessoas eram curadas, vidas transformadas e todos viam o poder que há no nome de Jesus.

Existem dois tipos de igreja na China: a Igreja Doméstica, ao qual o irmão Yun é líder, e a igreja permitida pelo governo, que é o Movimento Patriótico das Três Autonomias.

Sendo bem direto, essa igreja do Movimento Patriótico ela prega, ensina e faz o que o governo quer, já a igreja Doméstica é mais Underground, ou seja, não obedece ao Governa. Prega a Cruz, batiza em águas, enfim, prega a Bíblia em sua totalidade.

Tem muita coisa para se falar do irmão Yun, muitas experiências. Algumas como ao qual ele ficou mais de 70 dias em Jejum. Emagreceu mais de 14 kilos. Todo lugar que ele chegava às pessoas aceitavam a Jesus, tamanho era o poder de Deus que emanava desse homem. Livramentos de cadeias, de surras, espancamentos, campos de trabalhos forçados. Mas Deus sempre estava como ele e jamais permitiu que o governo tirasse sua vida, se bem que ele chegou bem perto disso.

Yun ficou vários anos preso, sofreu muito fisicamente e psicologicamente. Mas jamais negou sua fé e nunca deixou de falar de Jesus para quem estivesse ao seu alcance.

Deus lhe concedeu uma graça que foi conseguir asilo político na Alemanha. No ano de 2001 ele desembarcou m Frankfurt para uma vida de mais tranqüilidade. Mas mesmo assim, irmãos chineses tem um projeto que é ir da china até Jerusalém a pé, passando por todos os países muçulmanos do oriente médio pregando o Evangelho. Eles sabem que muitos jamais voltarão.

“Não são os grandes homens que transformam o mundo, mas sim os fracos, nas mãos de um grande Deus.”.

livro: O Homem do Céu

Editora Betânia